♪ ANÁLISE – É justo e merecido que a União Brasileira de Compositores (UBC) tenha escolhido Djavan para ser o homenageado da quinta edição do Prêmio do Compositor Brasileiro em cerimônia que será transmitida ao vivo em 7 de outubro pelo canal da instituição no YouTube.
O Prêmio UBC – como é mais conhecido – laureia compositores pelo conjunto da obra autoral. E poucos compositores no Brasil têm obra de assinatura tão original e requintada como Djavan.
Cantor, compositor e músico alagoano que entrou em cena na primeira metade da década de 1970, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Djavan é filho temporão da geração da MPB que surgiu ao longo dos anos 1960.
Nada mais justo que se junte a uma lista de contemplados que já inclui os compositores Gilberto Gil (2017), Erasmo Carlos (2018), Milton Nascimento (2019) e Herbert Vianna (2020) – este, por ora, o único homenageado revelado na década de 1980 e sem grandes vínculos com a MPB.
Projetado nacionalmente quando defendeu o samba autoral Fato consumado (1975) no festival Abertura, exibido pela TV Globo em 1975 com a intenção de reviver a era dos festivais, Djavan logo se impôs como compositor pela habilidade em transitar por samba e por gêneros musicais nordestinos com suingue singular que sempre deixou entrever influências do jazz, do blues e dos sons da África.
Pautada por harmonias sofisticadas, a obra de Djavan sempre segue por inusitados caminhos melódicos sem deixar de fazer saltar veia popular que garantiu ao artista um lugar entre os compositores mais cantados do Brasil.